ROCHA,
Ruth. O que os olhos não vêem. 1.
Ed. Reformulada. São Paulo, Moderna, 2012. 37 p. 
 
 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
 
 
Ruth
Machado Lousada Rocha, escritora brasileira nascida em 02 de março de 1931, na
cidade de São Paulo é membro da Academia Paulista de Letras desde 2007. É uma das
escritoras de destaque da literatura infanto-juvenil. Em 1976 publicou seu
primeiro livro, Palavras Muitas Palavras.
Entre suas obras mais conhecidas estão: Marcelo, marmelo, martelo; Ninguém
gosta de mim; O reizinho mandão; Catapimba; Este admirável mundo louco também
publicou O que os olhos não vêem, livro em que recebeu o prêmio APCA, melhor
livro e melhor ilustração para crianças, 1981. E o selo de ouro – O melhor para
criança, FNLIJ, 1981. O livro expõe a alienação
e o descaso por parte do contente rei em relação ao povo esquecido, além de conduzir
logo de início ao ditado popular “o que os olhos não veem o coração não sente”.
Narrado em primeira pessoa, trata-se da história de um rei
que achava que reinar era fácil e gostava bastante. Mas que um dia adoeceu de
uma doença muito esquisita, que o fez enxergar apenas as pessoas grandes e
fortes, como ele. E as pessoas pequenas por mais que reclamassem o rei nem
notava. E assim o povo foi pouco a pouco desprezado enquanto o rei vivia
contente, pois o que os olhos não vêem, o coração não sente. Quando o povo
percebeu que estava sendo esquecido, chegaram a conclusão de que eles tinham de
encontrar uma solução. Foi quando eles perceberam que uma voz fraca não era
possível ouvir, mas várias vozes juntas era possível ouvir. Então organizaram
uma verdadeira revolução, todos usavam pernas de pau para que pudessem ficar
mais altos e o rei pudesse enxergá-los. Assim ficaram surpresos porque não
imaginavam causar tanta confusão, pois o rei com medo fugia de toda aquela
gente e ao perceber os problemas e as dificuldades, dizia que desistia de
governar. No final do livro, a autora deixa que seus leitores imaginem o final
da história, ressaltando apenas que todos guardaram as pernas de pau, pois
temiam que mais uma vez o seu governo ficasse cego, pois sabiam que quando os
olhos não vêem o coração não sente. 
Segundo Araújo (1996, p.95) apud Pontes (2012),
                                                 “ Pensar a leitura
como hábito ou como significado faz diferença sim. E diz da nossa postura
enquanto cidadãos e educadores e das nossas concepções de leitura aprendizagem,
sociedade e aluno. Que tipo de aluno queremos formar?Um sujeito passivo, sem
autonomia, repetidor mecânico à força do hábito, ou um sujeito
questionador,capaz de estabelecer ligações lógicas, tomar posição frente a
situações, imaginar e criar, enfim extrair sentido do mundo em que vive?  ”
Pensando assim, consideramos o livro de ótima qualidade para
a educação em sala de aula e também em ambiente não escolar, propiciando o
resgate da cultura do povo através dos provérbios populares. Além de tratar
temas como a liberdade e a democracia, pois estes não são assuntos somente de
adultos, podendo ser trabalhados também na educação de crianças. 
Acadêmicas do curso de Pedagogia, da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte – UERN: 
Aline Sulamita Alves de Moura Faustino;
Daniela Barboza Bezerra;
Elizabete Cristina Costa de Melo;
Ismênia Wildeny Martins Gomes.
Referências: 
PONTES,
Verônica Maria de Araújo. O fantástico e
maravilhoso mundo literário infantil. Curitiba, PR: CRV, 2012.